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Pediatras criticam ação do governo americano contra o aleitamento
Publicada em 10/07/2018


 

Fonte: SBP
Foto: Acervo Sobape

Os pediatras brasileiros, por meio de sua Sociedade (SBP), divulgaram nesta terça-feira (10) nota pública na qual lamentam posição do Governo dos Estados Unidos que adotou postura contra políticas favoráveis ao aleitamento em reunião realizada na Assembleia Mundial da Saúde, em Nova Iorque. A pressão dos representantes norte-americanos aconteceu durante discussão de resolução que tratava sobre o tema.

Preocupada com a repercussão negativa da posição do Governo dos Estados Unidos em nível local, a SBP, em sua nota pública, não só crítica os acontecimentos em Nova Iorque, mas cobra das autoridades brasileiras que expressem seu compromisso com o tema.

Dentre as ações defendidas pela SBP e que podem ser implementadas pelo Governo brasileiro estão: promoção de campanhas informativas sobre seus benefícios; criação de uma rede de apoio às mulheres que amamentam em locais de trabalho e de estudo; e ampliação dos períodos de licença-maternidade para 180 dias para trabalhadoras nos setores público e privado.

MARKETING - A polêmica surgiu quando ao discutir os termos de nova resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o assunto, os representantes dos Estados Unidos tentaram impedir a inserção de um trecho que recomendava aos governos que limitassem o marketing impreciso ou enganoso de métodos substitutivos da amamentação. Também tentaram excluir a recomendação pedia às autoridades nacionais para “proteger, promover e apoiar a amamentação".

Apesar de não terem alcançado êxito, para coibir a aprovação de propostas contrárias aos interesses da indústria de fórmulas e alimentos infantis, os representantes dos Estados Unidos teriam chegado a ameaçar outros países com retaliações econômicas e políticas. “O posicionamento dos Estados Unidos desconsidera quatro décadas de estudos científicos que comprovam a importância do aleitamento na prevenção de doenças e na redução da mortalidade infantil, entre outros pontos”, reitera a SBP em seu documento.

Historicamente, a SBP tem se engajado nas ações de defesa do aleitamento materno no Brasil e no mundo. Por meio de seu Departamento Científico que trata do tema e da capacitação dos 40 mil pediatras brasileiros, a entidade tem procurado estimular a população a apoiar essa prática saudável.

PREVENÇÃO - Estimativas recentes sugerem que a amamentação, se fosse ampliada para níveis universais, poderia prevenir cerca de 12% das mortes de crianças menores de cinco anos de idade a cada ano, ou cerca de 820 mil mortes em países de média e baixa renda. Além disso, o aleitamento exclusivo até os seis meses de idade tem sido um importante agente de prevenção de doenças e de promoção do desenvolvimento saudável das novas gerações.

Além da população infantil, os estudos apontam vantagens também para as mulheres que amamentam. “Os pediatras esperam que o Brasil, às vésperas do Agosto Dourado, mês consagrado pelo Estado Brasileiro à promoção do aleitamento, não siga o mau exemplo dos Estados Unidos. Pelo contrário, é hora das nossas autoridades demonstrarem que o País está compromissado com a saúde de todos e com a modernidade”, ressaltou a presidente da SBP, dra Luciana Rodrigues Silva.

NOTA À SOCIEDADE E AOS MÉDICOS:

Em defesa do aleitamento materno para todos os povos

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), em nome de cerca de 40 mil especialistas e
de milhões de crianças e gestantes, vem a público lamentar posicionamento adotado
pelo Governo dos Estados Unidos que, em debate sobre o fortalecimento do
aleitamento materno em reunião da Assembleia Mundial da Saúde, em Nova Iorque,
tentou intimidar países defensores dessa prática saudável com ameaças de sanções
políticas e econômicas.
Trata-se de episódio lamentável, que merece repúdio por parte dos governos das
Nações, como o Brasil, que identificaram na amamentação uma estratégia importante
para o desenvolvimento das futuras gerações, com benefícios também para a saúde da
mulher. O posicionamento dos Estados Unidos desconsidera quatro décadas de
estudos científicos que comprovam a importância do aleitamento na prevenção de
doenças e na redução da mortalidade infantil, entre outros pontos.
Infelizmente, atitudes como a da representação do Governo dos Estados Unidos
beneficiam apenas os interesses da indústria de alimentos para bebês que movimenta
cerca de US$ 70 bilhões no mundo, com crescimento estimado para este ano de 4%,
principalmente pelo aumento das vendas nos países em desenvolvimento.
Diante da polêmica estabelecida, a SBP reitera seu apoio incondicional à amamentação
e pede ao Governo Brasileiro que adote medidas que estimulem a adesão das
gestantes a essa prática. Dentre as ações possíveis, estão: promoção de campanhas
informativas sobre seus benefícios; criação de uma rede de apoio às mulheres que
amamentam em locais de trabalho e de estudo; e ampliação dos períodos de licençamaternidade
para 180 dias para trabalhadoras nos setores público e privado.
Às vésperas do Agosto Dourado, mês consagrado pelo Estado Brasileiro à promoção do
aleitamento, espera-se que as autoridades demonstrem seu compromisso com a
saúde de todos e com a modernidade, ao contrário daqueles que marcham na
contramão da história e apegados a interesses privados em detrimento das conquistas
coletivas.

Rio de Janeiro (RJ), 10 de julho de 2018.

Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)

 
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