A Sociedade Baiana de Pediatria (Sobape) listou alguns cuidados que os pais e cuidadores de crianças e adolescentes devem ter ao levá-los para os circuitos de Carnaval. As orientações vão desde os riscos no consumo de bebidas alcoólicas, transmissão de doenças respiratórias, segurança e alimentação dos pequenos foliões.

“Brinque o Carnaval à vontade e usufrua da alegria que está dentro de você”, afirma a presidente da Sobape, a pediatra Dolores Fernandez, ao pontuar que o contato precoce na experimentação de álcool traz sérios danos ao desenvolvimento da criança e do adolescente.

No início deste mês a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) divulgou um guia com uma série de recomendações a gestores, médicos, pais e educadores para o estímulo à prevenção ao consumo de álcool e alertando sobre os distúrbios causados por ele entre os mais jovens.

No quesito alimentação, a nutróloga pediatra Junaura Barreto explica que é preciso manter a rotina alimentar e não substituir as principais refeições por lanches. Os pais devem ficar atentos sempre ao estado de hidratação da criança e, preferencialmente, ofertar água e frutas em vez de sucos industrializados ou refrigerantes. Se a opção for consumir alimentos vendidos na rua é importante observar antes as condições de higiene no preparo e conservação dos produtos.

A orientação de segurança da vice-presidente da Sobape, a pediatra Ana Paz, é que a criança deve usar uma pulseira ou crachá de identificação que tenha seu nome, nome dos pais e/ou responsáveis, telefone para contato e também informação sobre algum tipo de alergia.

“Ao chegar no local da festa, seja na rua ou camarote, é preciso identificar se há risco de acidentes com fios elétricos descobertos, tomadas abertas ou áreas em que a criança possa escorregar e cair”, acrescenta a pediatra Kátia Baptista.

De acordo com a pediatra especialista em doenças de alergias e imunidade, Ila Muniz, a grande concentração de pessoas no mesmo lugar, típica da folia momesca, aumenta o risco de infecções respiratórias que são, especialmente, transmitidas a partir de pequenas partículas de saliva de pessoa a pessoa ou através da contaminação de alimentos que tenham sido conservados em péssimas condições e/ou manipulados por pessoas portadoras de vírus e bactérias.

Em alguns casos, as crianças podem enfrentar complicações como pneumonia, bronquiolite, asma ou sinusite, conforme adverte a pediatra Ila Muniz.