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ARTIGO: O Dia das Crianças e o estar presente*
Publicada em 12/10/2016


 

O Dia das Crianças e o estar presente*

Poucos sabem como tudo começou... O Brasil foi o primeiro país a instituir como data nacional a comemoração do Dia da Criança. Antes mesmo de se tornar uma efeméride internacionalmente festejada, a data 12 de Outubro já tinha sido instituída na nossa terra Brasilis desde 1924, através do decreto lei nº 4867 no dia 5 de novembro.
A ideia original foi de um político brasileiro, o deputado federal Galdino do Valle Filho, sendo oficializada pelo então presidente Arthur Bernardes. Isto surgiu após o 3º Congresso Sul-Americano da Criança, na cidade do Rio de Janeiro, então capital do Brasil, que sediou o congresso em 1923.
No entanto, a lei permaneceu como “letra morta” com pouca adesão para, somente em 1955, por meio de uma campanha de marketing elaborada pela indústria de brinquedos Estrela, a ganhar a atenção pelo lado comercial de venda de brinquedos com o mote de se comemorar o Dia da Criança.
Possivelmente, o que se discutia no 3º Congresso Sul-Americano da Criança eram temas ligados à proteção da criança. O que motivou o político a tornar essa data de relevância para alçá-la ao status de lei foram os direitos da criança e não o incentivo ao consumo de produtos a ela destinados. Nessa época, o que se discutia nos organismos internacionais, a exemplo da ONU, teve como produto, anos depois, em 1959, a Declaração Universal dos Direitos da Criança. Em 1925, na Conferência Mundial para o Bem-estar da Criança, realizada em Genebra, definiu-se a celebração como do Dia internacional da Criança a ser comemorado em 1º de junho de cada ano.
Na atualidade, alguns países adotam essa data a exemplo da Portugal, Angola e Moçambique. Porém, cada nação comemora em um mês diferente, segundo a sua história e conveniências. Na Espanha, por exemplo, a data é celebrada no segundo domingo de maio; no Japão, comemora-se em 3 de março o dia das meninas e, em 5 de maio, o dia dos meninos. No Brasil, como fomos pioneiros, permanecemos com o 12 de Outubro. A ONU reconhece o dia 20 de novembro como Dia Mundial da Criança, data em que foi aprovado a Declaração Universal dos Direitos da Criança.
Voltando ao ato que implementou essa data, quem não gosta de receber presentes? Neste aspecto, é importante refletir sobre o que dar às nossas crianças? Será que estamos dando a devida atenção a elas? Estamos ficando juntos, acompanhando, observando como estão se desenvolvendo? A vida do cotidiano atribulado tem tirado das famílias essa grande oportunidade de estar com as suas crianças. Chamo a atenção para que possamos fazer diferente e isso deve envolver todos que lidam com elas, a começar pelos nossos pediatras. Precisamos estar presentes.
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), em parceria com a Fundação Itaú Social e a Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, tem um projeto muito interessante e ainda pouco conhecido, o “Receite um Livro”. Como dizia o sábio e educador Rubem Alves, “o livro é um brinquedo feito com letras. Ler é brincar”.
Sabemos como é importante nos preocuparmos com o desenvolvimento da criança desde a vida intrauterina. As evidências científicas têm demonstrado que a arquitetura cerebral é constituída a partir de experiências vivenciadas desde a gestação, promovendo o desenvolvimento pleno das habilidades de pensar, falar, aprender e conviver. O bebê já vem com a habilidade de escutar. As canções são histórias faladas, sendo necessário alimentar essas potencialidades ao longo da primeira infância, período de sedimentação ao hábito da leitura.
Contar histórias, ler para as crianças, estimulá-las a criar histórias são presentes para a vida inteira. Fortalecem vínculos, desenvolvem a atenção, a concentração, auxiliam no desenvolvimento da empatia - habilidade difícil de ser encontrada de forma bem desenvolvida no ser humano. O hábito de contar histórias auxilia na qualidade do sono. Enfim, traz vários benefícios. Esse é o melhor remédio que já conheci, sem efeitos adversos.
Que tal receitar um livro como presente? Dê livros de presente, doe livros, conte histórias, estimule projetos como o Ler na Praça e os clubes de livros, visite bibliotecas. Nem sempre se precisa saber ler para contar histórias. A própria história da humanidade tem boa parte contata através da oralidade e dos desenhos. Invente uma. A Sobape apoia esse projeto. Participe!

*Dolores Fernandez Fernandez – pediatra, presidente da Sociedade Baiana de Pediatria (Sobape)

 
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