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Mães estudantes sofrem para conciliar estudos e amamentação dos filhos
Publicada em 06/10/2016


 

Com aulas, provas e exercícios, o ritmo universitário costuma ser exaustivo. Mas, para as estudantes com filhos em fase de amamentação, a situação pode ser ainda mais complicada. Ao fim da licença de 120 dias prevista pela Lei 6.202/1975, as mães perdem o direito de fazer atividades em casa e  precisam se desdobrar entre frequentar as aulas e cuidar dos bebês.

Graduanda em artes cênicas pela Universidade Federal da Bahia (Ufba) e mãe de uma criança de 1 ano e cinco meses, Daniela Brangato conta que só conseguiu estudar  e amamentar levando a filha  para as aulas. "Meu companheiro esperava do lado de fora e, quando ela estava com fome, eu saía da sala", lembrou.

A alternativa encontrada pela estudante de enfermagem Iris Maia para não desistir do curso foi pegar matérias com baixa carga horária. "Alguns docentes são insensíveis, é  muito complicado passar por esse processo de desmame na universidade", disse.
Para a estudante de fisioterapia da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) Shirlei Santos, as instituições deveriam disponibilizar equipamentos como creches e salas de aleitamento com trocador. "Acabo sendo obrigada a deixar meu filho com alguém", reclamou.

"A ansiedade diminui a pressão do leite, é uma culpa muito grande, trata-se da saúde do bebê, afinal, aleitamento é imunização", disse Shirlei. Como solução, ela planeja trancar o semestre. "Às vezes, sinto que só existem duas possibilidades: ser mãe ou ter uma carreira".

Instituições

A titular da Pró-reitoria de Ações Afirmativas e Assistência Estudantil (Proae) da Ufba, Cássia Maciel, informou que a atual gestão está ciente do problema e busca regulamentar uma orientação geral sobre o tema. "Trabalhamos para que o colegiado acadêmico providencie que essas mães sejam bem acolhidas", disse ela.

A Uneb emitiu nota informando que a instituição planeja "relocar recursos para outras ações de assistência estudantil, entre elas a implementação de creche".

Amamentação

Até os seis meses, a amamentação exclusiva é recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde. No período pós-licença, o ideal é fazer a ordenha do leite e congelar de acordo com a orientação médica.

É o que explica a vice-presidente da Sociedade Baiana de Pediatria (Sobape) e médica responsável pelo banco de leite do Instituto de Perinatologia da Bahia (Iperba), a pediatra e neonatologista Ana Paz. "Se congelado corretamente, o  leite pode ser utilizado em até quinze dias", informa.

Psicóloga clínica, Juliana Pedreira explica que quando as alunas sentem a pressão de optar entre "estudar ou ser mãe", a escolha pode desencadear ansiedade. A depender do quadro, é possível até que se torne um processo depressivo.

Dificuldades

Publicitária e relações públicas, formada em duas faculdades particulares de Salvador, Ana Carla Alves revela ter passado por gestações durante as duas graduações. Ela contou  com a ajuda da mãe para poder se formar, pois as universidades, relata, não tinham estrutura ou suporte para receber  alunas com bebês em fase de amamentação.

"Foi sorte ter acesso a uma boa estrutura em casa. Hoje, é possível estudar online, mas, na minha época, não havia opções", lembra.

Fonte: A Tarde / Ana Cely Lopes
Foto: Mila Cordeiro / Agência A Tarde

 
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